Perhaps Vampires is a bit strong but...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

2 comentários  

Toda esta azáfama em volta da nova geração de vampiros sinceramente dá-me cabo da cabeça.
Vou desviar-me agora um pouco do que o que normalmente costumo escrever, mas a meio das minhas longas pesquisas online descobri que não sou a única criatura neste mundo a pensar desta maneira.

O que é que aconteceu aos vampiros?
Abraham Stoker, mais conhecido por Bram Stoker (que nasceu no dia 8 de Novembro, assim como yours truly), publicou o seu romance de maior sucesso, Dracula, no dia 26 de Maio de 1897. Esta era a golden age dos vampiros, aquelas criaturas vis e sedentas de sangue, que saem rastejando dos seus esconderijos à noite, transformam-se em lobos (sim, lobos, não morcegos), não suportam o alho, são promíscuos, caçam homens, mulheres, idosos e até criancinhas, "morrem" (quer dizer, tecnicamente já se encontram mortos) com uma estaca no coração e com a cabeça decepada, e basicamente são demoníacas.

Em adaptações ao cinema, o famoso Conde Drácula apareceu em mais de 170 filmes.
Mas claro, uma lenda tem que ser sempre alterada. Não podíamos ficar apenas com um vampiro aterrador que era uma máquina de sangue. Não podíamos ficar com algo que assombrasse os nossos sonhos. As criancinhas tinham que ter uma versão diferente.

E começou. Em 1966, Billy the Kid versus Dracula. Só o nome é sugestivo. Misturar um fora-da-lei com uma figura da Transilvânia (e não da Pensilvânia) deve ser uma combinação fantástica. Em 1972, Blacula, que segundo o resumo, é um filme criado de propósito para a população negra (notem o racismo) no qual um príncipe Africano é tornado num vampiro por Drácula e o primeiro filme a mostrar dois vampiros gay. E a sequela, Scream Blacula Scream. Em 1983, Gayracula. Pois. Um filme pornográfico gay.

Felizmente, o Sr. Francis Ford Coppola salvou a nova geração de Dráculas ridículos e foi buscar a essência de Bram Stoker: Bram Stoker's Dracula, de 1993, adaptou o romance ao grande ecrã e o resultado foram duas horas sanguinárias com Gary Oldman, Keanu Reeves e Winona Ryder.

Interview With The Vampire, de 1994, mostra um outro lado dos vampiros: os que se tentam "controlar". No entanto há sempre o oposto e Tom Cruise está lá para estragar o dia (yay!). From Dusk Till Dawn, de 1996, realizado por Robert Rodriguez e escrito pelo mestre Quentin Tarantino, mostra vampiros com muito mau aspecto, mas fiéis à sua malvadez e promiscuidade. The Forsaken, de 2001, é um dos meus personal favourites. Vampiros maus e sedentos de sangue perseguem dois rapazes (bastante giros) e uma rapariga, todos infectados com sangue de vampiro, mas que não se transformam graças a um cocktail qualquer de drogas (oh please...!). Anyway, o líder do gang dos vampiros é mauzinho q.b., sem esquecer que no fim ele faz uma referênciazinha à mítica música Enter Sandman, dos Metallica. Em 2002, Queen Of The Damned mostra uma legião de vampirinhos maus e outros que têem a mania que querem ser rock stars. A banda sonora é boa, de qualquer forma. The League Of The Extraordinary Gentlemen, de 2003, mostra uma vampira, Mina (no livro de Bram Stoker, esta é a noiva do prisioneiro de Drácula) que foi transformada pelo próprio Drácula, mas continua com alguma maldade em si (obrigada Peta Wilson!).

Agora, provavelmente a maior paródia aos vampiros, que insultaria Bram Stoker: Twilight, 2008. A sério, desculpem, mas após várias revisões ao filme, descobri que aquilo é uma coisa patética.
Em primeiro lugar, o elenco: Robert Pattinson não é o homem perfeito (aliás, se houver alguma coisa perfeita nele, de certeza que não é a cara) e parece não ter qualquer expressão; Kristen Stewart estaria bem para o papel se Bella fosse um zombie; Taylor Lautner... nem sei o que dizer; Jackson Rathbone, desculpem, gosto dele como actor, mas a figura dele no filme foi degradante; Peter Facinelli, outro dos meus actores preferidos e uma das razões que me levou a ver o filme, simplesmente não é vampire material. E chega.
A história: ... Qual história? A obsessão doentia de uma rapariga por um morto? Ela é necrófaga? Deus...! AH, isso e o facto de:
1. A pele do Edward brilhar como diamantes à luz do sol;
2. Os vampiros jogarem basebol;
3. Os vampiros conseguirem ler mentes (excepto a de Bella, claro, que é alguém especial), serem médicos (este é o meu preferido - um vampiro médico!), verem o futuro, manipularem emoções (também ocorre na série True Blood, o so called "encantamento");
4. Considerarem os vampiros que bebem sangue de animais ou o que seja "vegetarianos";
Conclusão: A única vampira que tenta ser como um vampiro deveria ser é Rosalie, que é má para a Bella (you go girl!).

Sim, eu percebo que muita gente goste deste filme e dos livros, mas por favor, se é para me atirarem à cara que "A Stephanie Meyer é uma das melhores escritoras da actualidade!", eu digo para irem ler Stephen King e me desampararem a loja.

Podia também falar de séries, mas assim o post não acabava e já está demasiado grande. No entanto, Buffy, The Vampire Slayer é... triste. Moonlight tem potencial, mas não chega lá. True Blood tem altos e baixos relativamente a vampiros - Eric, Pam e Long Shadow são vampiros a sério, só faltam matar alguém pelo caminho (Long Shadow cumpriu a missão, pena é ter sido morto logo a seguir); Bill é apenas um wanna be (e esta é das minhas séries preferidas). Para acabar, Supernatural (a minha série preferida) dá uma nova visão de vampiros, uns bons, outros maus. Os bons são irritantes.

E pronto. Dou por acabada a minha enorme manifestação.

Mas, se alguma vez fizerem um filme em Portugal, algo que tenha a ver com o Conde Drácula, ponham o Conde Castelo Branco no papel principal. Esse sim, ainda pode assustar alguém.


Sinceramente, isto não é assustador?! Ele com o seu lencinho e sandálias douradas, e ela com aquela coisa amarela. Bem, a Lady Betty parece ter mais de 100 anos, o que corrobora a minha teoria. Serão eles um casal de vampiros tuga?